Sapato 36

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Michael Jordan, Michael Jackson e Michael Tyson. Indivíduos que eram notícia no início dos anos 90, influenciaram na forma de vestir, agir e o mais importante de consumir. Hum…será por isso hoje temos tantos Michael no Brasil?

O conceito de globalização nasceu na habilidade dos Estados Unidos tornar a sua cultura relevante para o resto do mundo através do cinema, televisão, música e os bens que vendiam. No país do futebol, um item que as crianças desejavam era uma bola de basquete e uma camiseta do Bulls.

Vivenciamos nossas vidas através da perspectiva de outro povo, que veio de outra origem e ambiente. Adaptação dos costumes norte-americanos em nossa cultura foi tão profunda, que era normal dançar aos passos do “Moonwalk”, colocar a mão na virilha e soltar um grito ao som de “Bad”. E quem não fazia isso estava fora do “sistema”. Era marginalizado pelas normas estabelecidas pela igreja fundado nos anos 90, a televisão.

A televisão brasileira tornou relevante a luta de boxe do Mike Tyson vindo de uma terra distante de Elvis Presley, mafiosos e serpentes. Todos assistiam, até aqueles quem nem sabiam o que era Boxe.

Existe um grande potencial à globalização em países como Estados Unidos, assim se tornou a maior potência do mundo. Literalmente conseguiram o negócio da China, onde a marca é tão forte e pertence no subconsciente da população através de filmes, esportes, musica e personalidades que é possível vender um tênis para o brasileiro consumidor por R$ 700,00 enquanto o custo de fabricação real chega na casa de US$ 28,00 o par. E como cordeiros no rebanho do pastor, pagamos alegremente e satisfeito por esse tênis que tem o logotipo da Deusa grega da Vitória. Vitória do capitalismo selvagem.

Assim como os passos de dança do Michael Jackson, quem não entrar na dança do consumismo estará automaticamente se excluindo da sociedade.

Sucesso é definido não pelo caráter, contribuições para comunidade ou ter uma família saudável. Sucesso é uma métrica, onde é medido quanto de bens possuí e quanto é disponibilizado para movimentar as rodas do setor financeiro.

Gerar dívidas e juros, gastar mais do que ganha é apenas um mero detalhe porque o importante é demonstrar para as pessoas da comunidade quem é o “chefe da tribo” com o acúmulo de objetos brilhantes.

Nessa engrenagem da ganância, o que temos é o mesmo resultado que é encontrado em Las Vegas, ou seja, a casa sempre vence. O acúmulo de riqueza não vem de objetos banais como rodas cromadas, televisão de 60” ou um celular de dois mil reais. Essa noção de riqueza e consequentemente felicidade material é uma mensagem distribuída pelos “Donos do Mundo”.

Existem poucos indivíduos em um planeta de 7 bilhões de habitantes que podem ser considerados realmente com riquezas, e o acúmulo de capital vem justamente do restante da população que trabalha em empregos sem perspectiva e endividam no cartão de credito na expectativa de viver uma fantasia que não é real e não irá trazer a felicidade.

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